Essa sensação, normalmente associada ao ressalto no quadril, costuma preocupar aqueles que a vivenciam.
Diante desse quadro, muitos pacientes questionam quando é o momento certo para buscar ajuda especializada.
Porém, a resposta envolve uma análise mais aprofundada das condições que podem desencadear esse fenômeno na articulação do quadril.
Entenda melhor neste artigo!
Frequentemente, observamos essa sensação em indivíduos que realizam movimentos repetitivos e desafiadores com o quadril.
A prática constante de flexão do quadril pode aumentar o risco de lesões relacionadas a esse fenômeno.
Assim, alguns grupos específicos estão mais propensos a vivenciar essa condição, tais como dançarinos, ginastas, atletas de atletismo, jogadores de futebol ou qualquer praticante de esportes que envolva movimentos vigorosos.
Particularmente, no levantamento de peso excessivo ou durante a corrida, o estalo no quadril frequentemente é associado ao espessamento extremo dos tendões na região do quadril.
O estalo no quadril, em sua maioria, ocorre de maneira indolor e involuntária.
No entanto, em situações menos comuns, pode manifestar-se como um fenômeno doloroso e voluntário.
Adicionalmente, é comum que o paciente consiga reproduzir o estalo em muitos casos.
A dor associada a essa experiência tende a diminuir com repouso e redução da atividade, mas, contrariamente, pode intensificar-se durante a prática de atividades.
É possível também que a Bursa subjacente inflame, resultando em uma síndrome dolorosa no quadril externo.
Além disso, é preciso estar atento, pois se o paciente tiver a sensação de clique ou travamento no quadril, isso pode ser um sinal de uma patologia intra-articular.
O estalo no quadril pode apresentar diferentes tipos, cada um associado a mecanismos específicos.
Entenda melhor abaixo:
Ressalto externo
O ressalto externo é o tipo mais comum de estalo no quadril e pode estar vinculado aos movimentos dos tendões e musculaturas sobre as estruturas ósseas da articulação do quadril.
Elementos como o tensor da fáscia lata, a banda iliotibial ou o tendão do glúteo médio deslizam sobre o grande trocânter.
O que normalmente seria uma ação comum do movimento do quadril pode transformar-se em uma síndrome de ressalto quando uma dessas bandas de tecido conjuntivo engrossa e fica presa, gerando áreas de atrito.
Ressalto interno
O ressalto interno é provocado pelo deslizamento do tendão do iliopsoas sobre diversas estruturas possíveis, como a cabeça femoral, a crista iliopectínea proeminente, as exostoses do trocânter menor e a bursa do iliopsoas.
Durante a flexão do quadril, o tendão se desloca lateralmente em relação à cabeça do fêmur, enquanto na extensão do quadril, o deslocamento ocorre medialmente.
Esse movimento sobre a cabeça femoral resulta no ressalto no quadril.
Ressalto intra-articular
No caso do ressalto intra-articular, a origem está nos corpos livres presentes na articulação do quadril, decorrentes de problemas como condromatose sinovial, lesões labrais, lesões de cartilagem ou subluxação do quadril.
Esses elementos móveis dentro da articulação causam o estalo característico durante os movimentos.
Prevenir essa condição requer um enfoque semelhante ao adotado na prevenção de lesões esportivas, com ênfase no preparo físico do corpo para as atividades específicas.
Mesmo que atletas bem condicionados possam enfrentar lesões, é possível minimizar os riscos ao prestar atenção aos sinais de alerta do corpo, evitando episódios de sobrecarga nas estruturas.
Nesse sentido, orientações e treinamento adequados para práticas esportivas são fundamentais, permitindo a correção na execução dos movimentos e na postura durante as atividades.
Ademais, cuidados específicos incluem:
Assim, ao incorporar essas medidas preventivas, é possível reduzir o risco de desenvolver condições associadas ao estalo no quadril e promover uma prática esportiva mais segura e saudável.
A avaliação de um especialista em quadril, por meio de anamnese e exame físico, desempenha um papel crucial no diagnóstico desta condição.
O ressalto externo é geralmente visível, enquanto o ressalto interno pode não ser visual, mas muitas vezes é audível.
No caso do ressalto externo, a palpação do trocânter maior durante a flexão ativa do quadril, com aplicação de pressão, pode interromper o estalo, contribuindo para a confirmação diagnóstica.
O teste de Ober, que avalia a tensão do tensor da fascia lata, é realizado para diagnosticar a adução limitada do quadril em extensão.
No ressalto interno, o travamento é reproduzido movendo passivamente o quadril de uma posição de flexão, abdução e rotação externa para uma posição de extensão, adução e rotação interna.
Exames de imagem, como radiografias, também podem ser utilizados para descartar algumas condições, como a condromatose sinovial.
Por fim, o ultrassom permite um estudo dinâmico, evidenciando a banda de travamento em ressaltos interno e externo, enquanto a ressonância magnética é útil para descartar patologias intra-articulares.
Na maioria dos casos, estalos internos e externos são assintomáticos e não demandam tratamento.
Em situações que exigem intervenção, consideramos abordagens mais conservadoras.
Isso inclui a fisioterapia motora para corrigir possíveis anormalidades biomecânicas e alongamento de músculos tensos, como o iliopsoas ou banda iliotibial, visando prevenir recorrências.
Outras opções de tratamento conservador envolvem hidratação, uso de anti-inflamatórios, repouso e aplicação de gelo nas primeiras 48 a 72 horas após o início da dor, além de modificações nas atividades físicas.
A infiltração da bursa também é uma alternativa.
Assim, a abordagem cirúrgica é reservada somente para os casos em que a dor persiste após tratamento não operatório.
Procedimentos como excisão da bursa trocantérica maior com zetaplastia da banda iliotibial, liberação do tendão iliopsoas ou artroscopia de quadril para remoção de corpos soltos ou reparo labial podem ser considerados, dependendo da situação clínica do paciente.
Essa decisão é especialmente importante em casos de estalos após artroplastia total do quadril.
Assim sendo, caso você perceba algo incomum na região do quadril, como estalos frequentes, agende uma consulta com um de nossos especialistas o quanto antes.
Dessa forma, será possível realizar um diagnóstico preciso e indicar a melhor forma de tratamento para o seu caso!
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